Eu não sei o que é viver sem dermatite atópica. Nunca soube. Desde que me entendo por gente, minha pele sempre foi um território de batalhas invisíveis: vermelhidão, descamação, coceiras que parecem não ter fim. Enquanto outras pessoas reclamavam de um ressecamento ocasional no inverno, eu já estava acostumada a acordar com arranhões no corpo, marcas de unhas na pele e aquele incômodo constante que nunca vai embora de verdade.
Como aprendi a combater a dermatite
Não existe cura para a dermatite atópica, mas existem maneiras de tornar a vida mais suportável. Com o tempo, fui descobrindo pequenos rituais que me ajudam a controlar as crises:
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Hidratante hipoalergênico virou meu melhor amigo – Passo religiosamente, várias vezes ao dia, porque pele ressecada é pele irritada.
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Sabão de coco em barra para o banho – Nada de sabonetes perfumados ou espumas que ardem. O mais simples possível é o que funciona.
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Pasta d’água nas áreas mais inflamadas – Quando a coceira fica insuportável, esse remédio antigo ainda é meu herói.
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Roupas 100% algodão – Tecidos sintéticos? Nem pensar. Até o pijama tem que ser de um tecido que respira.
E sim, eu durmo de meiões nos pés. Parece bobo, mas quando a coceira noturna ataca, esse truque evita que eu machuque minha pele sem querer enquanto durmo.

O SUS me ajuda (e Pode Ajudar Você Também)
Nem todo mundo sabe, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral para dermatite atópica. Foi em uma Unidade Básica de Saúde que consegui acompanhamento com dermatologista, recebi orientações sobre os melhores cremes para minha pele e até acesso a medicamentos quando necessário.
Se você sofre com dermatite e acha que não tem opção, procure a UBS mais próxima. Você tem direito a tratamento, e ele pode fazer toda a diferença.
Viver com Dermatite Atópica é aprender a se adaptar
Minha pele nunca vai ser “normal”, e eu já me conformei com isso. Mas aprendi que, com os cuidados certos, é possível ter qualidade de vida. Ainda tenho dias ruins, mas também tenho dias em que quase esqueço que minha pele é diferente.
E se você também convive com a dermatite atópica, saiba que não está sozinho. A gente aprende, testa, erra, acerta e segue em frente – porque a pele pode ser sensível, mas a nossa resistência é maior do que qualquer coceira.