O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil, com uma estimativa de 220.490 novos casos de câncer de pele não melanoma previstos para 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). No entanto, um dado alarmante chama a atenção: seis em cada dez pacientes que tiveram câncer de pele não melanoma desenvolvem um segundo tumor maligno dentro de dez anos. Esse risco aumenta significativamente se o paciente já tiver sido diagnosticado com um segundo câncer de pele.
Recentemente, a atriz Ísis de Oliveira compartilhou em suas redes sociais, no dia 8 de fevereiro de 2025, que foi diagnosticada com um segundo câncer de pele no rosto. Ela se junta a uma lista de celebridades que enfrentaram múltiplos diagnósticos, como Hugh Jackman, Diane Keaton e Khloe Kardashian. Mas por que isso acontece? E o que pode ser feito para prevenir ou diagnosticar precocemente um segundo tumor? Neste post, vamos explorar os fatores de risco, a importância do acompanhamento médico e as recomendações para quem já teve câncer de pele. Confira!
Por Que o Risco de Um Segundo Câncer de Pele é Tão Alto?
De acordo com um estudo publicado no JAMA Dermatology em 2015, cerca de 60% das pessoas que tiveram câncer de pele não melanoma serão diagnosticadas com um segundo tumor dentro de dez anos. Esse risco é ainda maior para pacientes que já tiveram múltiplos cânceres de pele.
Fatores de Risco para Recorrência:
- Exposição ao sol sem proteção: Principalmente nos primeiros 30 anos de vida.
- Histórico de eczema ou dermatite atópica.
- Tumores anteriores maiores que 2 cm.
- Tumores que invadiram camadas profundas da pele.
- Imunossupressão: Pacientes com sistema imunológico comprometido têm risco duas vezes maior.
- Sexo masculino: Homens têm 160% mais chances de desenvolver um segundo câncer de pele.
Um estudo multicêntrico espanhol com quase 5 mil pacientes confirmou que tumores em áreas de alto risco (como rosto, orelhas, mãos e pés) e com mais de 6 mm de diâmetro estão associados a maiores taxas de recorrência.
A Importância do Acompanhamento Médico
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) reforça a necessidade de acompanhamento regular para pacientes que já tiveram câncer de pele. As recomendações variam conforme o tipo de tumor:
- Carcinoma basocelular: Consultas a cada 6 a 12 meses.
- Carcinoma espinocelular: Consultas a cada 3 a 6 meses nos primeiros anos.
“O acompanhamento periódico, com exames clínicos, dermatoscopia digital e biópsia de lesões suspeitas, pode evitar a doença ou diagnosticá-la precocemente, reduzindo danos físicos e emocionais”, explica o Dr. Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO.
Sintomas e Diagnóstico do Câncer de Pele
O câncer de pele não melanoma pode se manifestar de diferentes formas. Os sintomas mais comuns incluem:
- Novas pintas ou manchas na pele.
- Mudanças em pintas já existentes: Bordas irregulares, variação de cores e aumento de tamanho.
- Feridas que não cicatrizam.
O diagnóstico é feito por um dermatologista, por meio de exame clínico ou dermatoscopia. Em casos suspeitos, pode ser necessária uma biópsia.
Tratamento e Prevenção
O tratamento do câncer de pele não melanoma depende do tipo, estágio e localização do tumor. As opções incluem:
- Cirurgia: Remoção do tumor, especialmente em casos de bordas bem definidas.
- Radioterapia: Em casos selecionados.
- Quimioterapia e imunoterapia: Para tumores avançados ou recorrentes.
A prevenção é a melhor estratégia. Recomenda-se:
- Evitar exposição ao sol entre 10h e 16h.
- Usar protetor solar diariamente.
- Evitar bronzeamento artificial.
- Realizar exames periódicos se você faz parte do grupo de risco.
Tabela Resumo Sobre Câncer de Pele Não Melanoma
Aspecto | Detalhamento |
---|---|
Prevalência | 220.490 novos casos estimados para 2025 no Brasil. |
Risco de Recorrência | 60% dos pacientes desenvolvem um segundo tumor em 10 anos. |
Fatores de Risco | Exposição ao sol, tumores anteriores >2 cm, imunossupressão, sexo masculino. |
Acompanhamento | Consultas a cada 6-12 meses (basocelular) ou 3-6 meses (espinocelular). |
Sintomas Comuns | Novas pintas, mudanças em pintas existentes, feridas que não cicatrizam. |
Diagnóstico | Exame clínico, dermatoscopia e biópsia. |
Tratamento | Cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. |
Prevenção | Uso de protetor solar, evitar sol entre 10h e 16h, exames periódicos. |
Considerações Finais
O câncer de pele não melanoma tem altas taxas de cura, mas o risco de recorrência exige atenção redobrada. Para quem já teve a doença, o acompanhamento médico regular é essencial para detectar novos tumores precocemente. Além disso, a prevenção continua sendo a melhor arma contra o câncer de pele.
Se você faz parte do grupo de risco ou já teve câncer de pele, não deixe de consultar um dermatologista regularmente. Cuide da sua pele e proteja-se do sol – sua saúde agradece!