O lipedema é uma condição crônica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, mas ainda é pouco conhecida e frequentemente confundida com obesidade ou questões estéticas. No Brasil, estima-se que 9 milhões de mulheres convivam com a doença, que causa acúmulo anormal de gordura, principalmente nas pernas, coxas e nádegas, além de dor intensa e sensibilidade ao toque. Apesar de seus primeiros relatos datarem dos anos 1940, o lipedema só foi reconhecido oficialmente como doença em 2022, com a inclusão de um código no Cadastro Internacional de Doenças (CID).
Neste post, compartilhamos relatos emocionantes de mulheres que enfrentam o lipedema e explicamos os desafios físicos e emocionais dessa condição. Confira também uma tabela com informações essenciais sobre a doença.
O Que é o Lipedema?
O lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo depósito anormal de gordura em áreas específicas do corpo, como membros inferiores e, em alguns casos, braços. A gordura se acumula em forma de nódulos endurecidos, causando dor, inchaço e sensibilidade extrema ao toque. Além disso, a condição pode levar a complicações emocionais, como baixa autoestima e isolamento social.
Aspecto | Descrição |
---|---|
Prevalência | Atinge entre 10% e 18% das mulheres no mundo. No Brasil, são 9 milhões de casos. |
Sintomas Principais | Dor, inchaço, sensibilidade ao toque, nódulos de gordura e manchas roxas. |
Áreas Afetadas | Coxas, pernas, nádegas e, menos frequentemente, braços. |
Diagnóstico | Reconhecido oficialmente em 2022 com um código no CID. |
Tratamentos | Fisioterapia, drenagem linfática, cirurgia e mudanças no estilo de vida. |
Relatos de Mulheres que Convivem com o Lipedema
- Thamires Martins, Professora
Thamires lida com o desconforto do lipedema desde a adolescência. Ela relata que a doença afeta sua autoestima e limita suas escolhas de roupas:
“É um sonho poder usar short livremente. As pessoas falam: ‘Mas você já está magra. Para que isso?’ Só quem tem sabe a dor que é.” - Deborah Berto, Terapeuta Clínica
Deborah percebeu os sintomas após sua segunda gravidez. A dor a impediu de realizar atividades simples, como caminhar ou ficar em pé por longos períodos:
“Eu não conseguia ninguém para me ajudar nessa caminhada. Nenhum especialista. Eu queria uma resposta. É uma dor que vai além da dor física, é uma dor emocional, que vai atingindo você de dentro para fora.” - Mulher que Prefere Não se Identificar
Após uma menopausa precoce aos 39 anos, ela notou mudanças significativas em seu corpo. Mesmo com exercícios e controle alimentar, os sintomas persistiram:
“É um sacrifício que não traz resultados.”
Os Desafios do Diagnóstico e Tratamento
Por muito tempo, o lipedema foi visto como uma questão estética, o que dificultou o diagnóstico e o acesso a tratamentos adequados. Hoje, sabe-se que a doença não está relacionada ao peso – uma pessoa pode estar magra e ainda assim apresentar acúmulo de gordura nas áreas afetadas.
Segundo Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular:
“O lipedema é uma doença crônica de depósito anormal de gorduras, principalmente em membros inferiores, e menos frequentemente nos braços.”
Tratamentos e Qualidade de Vida
Embora não haja cura para o lipedema, existem tratamentos que podem aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pacientes. Entre as opções estão:
- Fisioterapia e drenagem linfática para reduzir o inchaço e a dor;
- Cirurgias para remoção dos nódulos de gordura;
- Mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada e exercícios de baixo impacto.
Thamires Martins, que hoje vê resultados positivos após iniciar o tratamento, compartilha:
“Agora, eu estou vendo resultados, sabe? Eu estou vendo a minha qualidade de vida. Tudo mudou.”
Conclusão: A Importância da Conscientização
Assim, o lipedema é uma doença que vai além da aparência física. Ele afeta a saúde emocional, a autoestima e a capacidade de realizar atividades cotidianas. A conscientização sobre a condição é fundamental para garantir diagnósticos precoces e tratamentos adequados.
Se você se identifica com os sintomas ou conhece alguém que possa estar enfrentando essa condição, procure um especialista em angiologia ou cirurgia vascular. Saber o que se tem é o primeiro passo para uma vida com mais qualidade e menos dor.